sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Tio Armando
Meu tio Armando era criança junto comigo, mas tinha um pouco mais de experiência. Era mais velho que eu dois anos. Eu vivia muito preso aos sete anos de idade. Minha mãe tinha o maior cuidado para que eu não saísse de casa. Mas quando Tio Armando chegava lá eu ganhava um pouco de liberdade e podia brincar com ele na rua. Ah, como eu adorava! Naquela época quase não existia trânsito. A rua não tinha pavimentação. A gente gostava de brincar naquela terra de duna, uma areia fininha, sem poeira, à sombra das mangueiras do sítio de seu Benjamim, que ficava em frente à nossa casa na Rua São Pedro, 40. Mas era preciso ter cuidado com duas coisas: a primeira era o carro doido; A segunda era o zumbi de cavalo. “-Brinquem, mas tenham muito cuidado. Não fiquem no meio da rua porque pode vir um carro doido e machucá-los”. Dizia minha mãe. Tio Armando completava: “Pode deixar Neném (era assim que ele a chamava), vamos voltar logo, porque o zumbi de cavalo aparece sempre às cinco da tarde, quando começa a escurecer”. E lá íamos nós, correndo descalço, nos juntar aos outros meninos para brincar de bandeirinha, tica, garrafão e sete pecados.
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essa coisa do carro doido é meio engraçada mas eu adorei o post
ResponderExcluirValeu preta.
ResponderExcluirBjs