sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tio Armando e o burrinho

Quando meu tio Armando ganhou aquele burrinho, ele me levou para passear no animal. Meu tio tentou me ensinar como se faz o nó de cabresto. Como era muito difícil não me interessei muito. Então, Tio Armando improvisou o cabresto e a fucinheira com um pedaço de corda de fibra de sisal, que não sei bem direito por que chamávamos aquela fibra de algarve. Subimos e descemos a avenida dezesseis. Eu montado no animal e ele puxando o bicho pelo cabresto, pois eu não tinha força suficiente para dominá-lo, embora fosse ele bem mansinho. O burrinho tinha o pelo acinzentado e uma listra escura bem no meio das costas. Meu tio dizia que aquele era um animal sagrado. Afirmava que quando José e Maria estiveram a procurar abrigo para o menino Jesus, eles o transportaram num burrinho daqueles, e que o menino Jesus teria feito xixi nas costas do burro. A partir daí todos os outros burrinhos do mundo nasceram com aquele sinal.

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