sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tia Júlia

Uma vez Tia Júlia começou a escavar perto de uma coivara e, de repente, percebeu um movimento estranho. Curiosa, aproximou-se para ver do que se tratava. Naquele local, em preparo da terra para o novo plantio, haviam queimado, no dia anterior, o que sobrou da plantação e que não tinha mais utilidade. De súbito sentiu uma forte fisgada na perna esquerda. Os olhos escureceram e começou a suar frio.
- Cacaína, me acode! Gritou ela chamando minha mãe pelo apelido que usava desde pequeninha, quando ainda não concatenava direito as sílabas de Domerina, nome de minha mãe.
Quando minha mãe se virou viu uma cobra de cerca de setenta centímetros de comprimento, somente com a ponta do rabo no chão, girando em torno de si, e mostrando a língua em forma da letra “y “. Dizia que esta era a posição daquele tipo de animal dar o bote. Mas havia outra posição em que ela ficava, em forma de rodilha, com a cabeça erguida uns dez centímetros acima do corpo num certo movimento de vigilância. Era aterrador!

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